RBR explica desligamento de Christian Horner

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Christian Horner, chefe da RBR, no GP da Espanha da F1 2025; equipe saiu de Barcelona com apenas um ponto — Foto: Bradley Collyer/PA Images via Getty Images

A Red Bull vive uma nova fase. O GP da Bélgica, disputado no último domingo, marcou a primeira corrida da equipe sem Christian Horner à frente do comando. Max Verstappen terminou em quarto lugar, enquanto Yuki Tsunoda ficou em 13º. A ausência de Horner — demitido no início do mês — simboliza o início de uma nova era na equipe austríaca.

Passadas três semanas desde a decisão, a RBR finalmente se pronunciou sobre os motivos que levaram ao rompimento com Horner. Segundo o consultor Helmut Marko, o principal fator foi a queda de desempenho do time na atual temporada.

— A decisão foi tomada pela direção, ou seja, por Oliver Mintzlaff. Comunicamos Christian Horner sobre isso em Londres e, ao mesmo tempo, agradecemos pelos 20 anos e oito títulos mundiais. Essa escolha foi baseada em vários fatores, mas principalmente no desempenho abaixo do esperado — afirmou Marko à Sky Alemanha durante o fim de semana em Spa-Francorchamps.

A fala de Marko reforça o que já vinha sendo comentado nos bastidores: Horner enfrentava pressões dentro e fora das pistas desde o início de 2024. Embora a equipe tenha começado o ano como atual campeã de construtores, rapidamente perdeu terreno para a McLaren e passou a enfrentar turbulências internas.

Horner foi inocentado de uma acusação de conduta imprópria feita por uma funcionária, mas isso não impediu que a crise interna se intensificasse. O então chefe entrou em rota de colisão com Helmut Marko e Jos Verstappen, pai de Max. O próprio piloto chegou a dar sinais de que poderia deixar a equipe caso Marko fosse afastado.

Além disso, Horner liderou a renovação de contrato com Sergio Pérez, mas depois decidiu substituí-lo. Nos primeiros três GPs de 2025, a equipe testou dois pilotos diferentes no lugar do mexicano. Paralelamente, rumores sobre uma possível saída de Verstappen em 2026 ganhavam força, alimentados pela queda de rendimento da equipe, atualmente apenas quarta colocada no Mundial de Construtores.

Desde que assumiu a chefia da Red Bull em 2005, Horner liderou a equipe em oito títulos de pilotos e seis de construtores. Foram 124 vitórias e 287 pódios em 405 GPs. Para seu lugar, a Red Bull promoveu Laurent Mekies, ex-Ferrari e então chefe da equipe RB (antiga AlphaTauri). Com a mudança, Alan Permane foi nomeado para o cargo de Mekies na RB.

— Tivemos a sorte de contar com Laurent Mekies dentro da família Red Bull. Seu papel será mais focado, especialmente nas corridas. Ele é um excelente engenheiro, o que é importante diante da complexidade técnica da F1. Já mostrou que se comunica bem com a equipe, e esperamos que ele nos ajude a retomar o caminho para o topo. O escopo do cargo foi reduzido: Mekies vai se concentrar nos aspectos técnicos e competitivos — explicou Marko.

Essa declaração também confirma informações divulgadas anteriormente pelo jornal Bild, que apontava Oliver Mintzlaff — diretor de novos projetos da Red Bull e ex-CEO do RB Leipzig — como responsável direto pela decisão de desligar Horner.

Mekies já começou a fazer mudanças relevantes. Um exemplo foi a escolha de instalar atualizações no carro de Yuki Tsunoda. O japonês havia declarado que seu RB21 estaria em desvantagem frente ao carro de Verstappen, mas a equipe remanejou um novo assoalho — originalmente reservado para Max — para ser usado por Tsunoda.

A estratégia funcionou parcialmente: Tsunoda fez sua melhor classificação do ano, largando em sétimo, mas perdeu posições na corrida devido a um chamado tardio aos boxes e terminou apenas em 13º. Mekies reconheceu que houve falha na tomada de decisão durante a prova.

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